Por Reiko Miura | Comunicação FPA
A Fundação Perseu Abramo realizou o debate “A crise do capitalismo e a construção de um modelo de desenvolvimento justo e sustentável” no dia 21/6, durante a Cúpula dos Povos, com as participações de Rui Falcão, presidente nacional do PT, Marcio Pochmann, professor de Economia da Unicamp, ex-presidente do IPEA, Márcio Macedo, deputado federal (PT/SE), presidente da Comissão Mista Permanente de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional e João Pedro Stedile, dirigente nacional do MST.
“Um véu nos aliena, que nos conduz a um processo de individualização”
Marcio Pochmann, professor de Economia da Unicamp, ex-presidente do IPEA, iniciou sua exposição afirmando que esta é a crise mais profunda de todo o século XXI, porém não acredita na tese de que o capitalismo estaria na sua fase final por não conseguir seguir explorando a mais valia. Pelo contrário, ele acredita que o capitalismo se modifica, se dinamiza a partir de suas crises. Ele alerta: “estamos diante de uma situação muito difícil; as raízes dessa crise ainda não foram atacadas; a crise é mais ampla, extrapola a dimensão financeira.”
A superação da atual crise, segundo Pochmann, tem a ver com o que vai acontecer nos Estados Unidos, se estes aceitarão perder o poder atual, tendo em vista o fortalecimento de outros centros dinâmicos e o deslocamento dos centros de manufatura, especialmente para a Ásia. Ele questiona se o deslocamento desses centros será aceito tranquilamente pela Europa e pelos Estados Unidos, cujo padrão atual de produção e consumo não insustentáveis.
O professor da Unicamp afirmou que no continente sul-americano, o Brasil soube aproveitar momentos de instabilidade internacional, de regorganização do capitalismo mundial, para se reposicionar. E o momento atual é especial para esse reposicionamento brasileiro.
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