Missão oficial reuniu representantes do PT, PCdoB, PSOL, PDT e PSB em dez dias de agenda política e formativa na China. A visita marcou um novo capítulo na relação entre os partidos  e fortaleceu a cooperação em formação de quadros, planejamento estatal e transição energética ecológica e humanamente sustentável. 

Entre os dias 30 de outubro e 7 de novembro, uma delegação formada por representantes do PT, PCdoB, PSOL, PDT e PSB realizou uma missão oficial à República Popular da China, a convite do Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista Chinês (PCCh). A viagem marcou um novo capítulo nas relações entre os partidos do Brasil e da China, consolidando uma agenda de cooperação política e formativa voltada ao fortalecimento da ação institucional , à transição energética ecológica e humanamente sustentável e ao desenvolvimento soberano.

O Partido dos Trabalhadores foi representado por Tássia Rabelo, secretária nacional de Formação e Educação Política e diretora da Escola Nacional de Formação, Claudinha Lima, secretária nacional de Nucleação, e Luiza Dulci, vereadora de Belo Horizonte. Coube ao PT a coordenação política da delegação em cooperação  com os dirigentes dos demais partidos.

Durante dez dias de atividades em Guangzhou, Hefei e Pequim, o grupo participou de encontros e visitas a instituições estratégicas que sintetizam a experiência chinesa de integração entre formação política, ciência e desenvolvimento. A delegação conheceu a Escola Central do Partido Comunista Chinês, principal centro de formação e elaboração teórica do país, a Universidade Agrícola de Anhuí e empresas estatais e tecnológicas como a BYD e a Gotion High-Tech, referências mundiais em mobilidade elétrica e energia verde.

As visitas evidenciaram o papel central do Estado no planejamento de longo prazo e na condução de políticas que articulam inovação tecnológica, sustentabilidade e justiça social. A lógica que orienta o modelo chinês se apoia em um princípio simples e profundo: servir ao povo. Para o PCCh, a formação política é o coração da estratégia  socialista. Ela possibilita  a continuidade, disciplina e consciência coletiva, valores que sustentam a ideia de desenvolvimento como projeto civilizatório.

Para Tássia Rabelo, a missão revelou como teoria e prática podem caminhar juntas na construção de uma política orientada pelo bem comum. “A formação política, o planejamento estatal e a soberania nacional são dimensões inseparáveis de um mesmo projeto de transformação social. A China demonstra que o socialismo é um projeto vivo e em constante renovação, que combina crescimento econômico, justiça social e consciência ecológica”, afirmou.

A delegação também conheceu experiências inovadoras de governança digital e sustentabilidade urbana. Em Pequim, visitou o Centro de Serviços Públicos de Fengtai, que integra mais de 1.400 atendimentos em um único espaço e disponibiliza 90% dos serviços públicos on-line, ampliando o acesso da população e reduzindo a burocracia. Também visitou a zona-modelo de tratamento de resíduos sólidos urbanos, que reaproveita 95% do lixo coletado e converte o material em energia limpa. As duas experiências demonstram como a tecnologia pode fortalecer o vínculo entre Estado e cidadão e se tornar instrumento de qualidade de vida, inclusão e eficiência pública.

Outro destaque da agenda foi o encontro com o Departamento Internacional do Comitê Central do PCCh, em jantar oferecido pelo vice-ministro Ma Hui. O diálogo reafirmou a convergência entre Brasil e China na defesa de um mundo multipolar, baseado na cooperação entre povos soberanos, no desenvolvimento sustentável e na justiça social. O vice-ministro ressaltou a importância do papel do Brasil no fortalecimento das forças progressistas do Sul Global.

A experiência da delegação brasileira na China confirmou que a formação política é o alicerce da transformação social. Planejar, formar e governar são dimensões inseparáveis de um mesmo projeto de emancipação popular. A missão reforçou a importância de o Brasil continuar construindo um caminho próprio de desenvolvimento soberano, solidário e sustentável, inspirado em experiências que colocam o povo no centro da política.

O aprendizado mais valioso da viagem é que o socialismo com características chinesas, guiado pelo cultivo da consciência crítica, pela educação política e pela organização popular, se afirma como um projeto histórico e civilizatório, uma forma de construir uma sociedade marcada pela participação, pela igualdade e pela emancipação humana.