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Em Pauta: Inflação

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Apesar da crise…

09 de agosto de 2013

Fonte: Revista Teoria e Debate

Publicado em 11 de agosto de 2012.

Por Jorge Mattoso

 

A continuidade da crise em 2012 nos países avançados, com as consequentes insegurança, falta de crescimento econômico e encolhimento do comércio mundial, também atingiu os países emergentes. E não deixou de afetar o Brasil.

Mas, ao contrário do que muitos críticos argumentavam, o Brasil mostrou-se – como em 2007-2008 – estruturalmente preparado, persistente e mesmo ousado na formulação de políticas de enfrentamento desse cenário externo adverso.

Houve sem dúvida efeitos deletérios dessa crise sobre a economia brasileira. A indústria, por exemplo, viu reduzir as exportações de manufaturados e os investimentos no setor se tornaram apenas defensivos. O crescimento econômico do país foi igualmente afetado, sobretudo no primeiro semestre, e deveremos crescer algo próximo de 2,5% em 2012, menos que o desejado e abaixo de nosso potencial.

No entanto, tal qual na crise de 2007-2008, o governo brasileiro adotou políticas inovadoras, capazes de assegurar que nossa economia sofresse o menos possível com a instabilidade e letargia econômica mundial e, ao mesmo tempo, enfrentasse alguns de nossos problemas mais estruturais e de longo prazo. Muitos deles, é verdade, continuam presentes, mas é indiscutível que, apesar de um primeiro semestre mais limitado, o país mostrou-se bastante resiliente à crise devido a essas políticas anticíclicas. Isso ocorreu em vários segmentos, tanto monetário quanto fiscal, cambial, de incentivo setorial e ao investimento e, não menos importante, de preservação e expansão do mercado interno.

Os juros, que continuavam muito elevados segundo quaisquer critérios, passaram a ser reduzidos pelo Banco Central, com a taxa Selic alcançando recentemente 8% e a taxa de juros real ex ante cerca de 2%, ambas em termos anuais. Os bancos públicos, por sua vez, foram mobilizados para acelerar esse processo e servir de acicate e exemplo aos bancos privados. Seus efeitos sobre o spread bancário já são evidentes, apesar da chiadeira de muitos economistas vinculados ao setor financeiro quando das primeiras iniciativas de redução dos juros. Em queda, o valor do spread em junho foi o menor desde dezembro de 2007.

Frente às políticas monetárias dos países avançados que asseguraram a desvalorização de suas moedas, o Brasil – ainda que tardiamente – passou a enfrentar com maior decisão a questão do câmbio. Com a redução dos juros, a continuidade da elevação das reservas internacionais, as restrições aos fluxos especulativos e as intervenções no mercado, a moeda nacional, finalmente, reduziu sua valorização. A cotação do dólar em R$/US$ alcançou mais de R$ 2 e a média do primeiro semestre foi de R$ 1,87, quando no mesmo período do ano passado havia sido de apenas R$ 1,63.

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