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Em Pauta Conjuntura

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Em Pauta Conjuntura: Mulheres param em todo Brasil

24 de maio de 2017

 

8 de março é um dia histórico de luta pelos direitos das mulheres e, em 2017, a mobilização no Brasil teve, também, o intuito de combater o governo machista e misógino de Michel Temer. “Aposentadoria fica, Temer sai” foi um dos gritos dos atos, voltados contra a reforma da previdência proposta pelo governo golpista.

De braços dados para simbolizar a união das mulheres contra o desmonte da Previdência (PEC 287/16), senadoras, deputadas e militantes sociais desceram a rampa do Congresso Nacional no final da tarde desta quarta-feira (8), para se encontrarem com a Marcha de Mulheres do DF. Eram mais de cinco mil manifestantes contra a reforma da Previdência e por reivindicações históricas por igualdade. “A nossa luta por igualdade é bem maior do que tempo e idade”, foi um dos refrãos mais cantados, em referência à proposta do governo golpista de Temer, que retira das mulheres o direito constitucional de se aposentarem cinco anos antes dos homens.

A sessão ordinária no plenário da Câmara teve início sob a presidência da deputada Benedita da Silva (PT), referência na luta pelos direitos das minorias. Da tribuna, deputados e deputadas da Bancada do PT homenagearam as mulheres pela data. De forma unânime, todos reafirmaram o compromisso de lutar contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Temer e que retira direitos, principalmente, das mulheres do campo e da cidade.

Durante ato na entrada do Senado Federal, que reuniu senadoras, servidoras e lideranças sociais, a senadora petista Ângela Portela explicou porque aderiu à paralisação das mulheres: “Eu paro contra a violência contra a mulher, eu paro contra o feminicídio, eu paro contra a reforma da Previdência, eu paro contra o machismo, eu paro contra tudo o que representa desleixo com a mulher brasileira”. A manifestação deu início à mobilização que se estendeu durante todo o dia, culminando com uma grande caminhada pela Esplanada dos Ministérios no final da tarde, sob o lema de “Nenhum direito a menos #Eu paro”.

Em São Paulo, milhares de mulheres se reuniram na Praça da Sé, para lutar por mais direitos e menos retrocessos do governo Michel Temer. Organizado pela Frente Brasil Popular e Marcha Mundial das Mulheres, o ato na capital paulista também foi uma reposta das mulheres ao desmonte da Previdência, contra a violência sexista, pela legalização do aborto e, claro, pelo Fora Temer.

A mobilização das mulheres no Brasil ocorreu em 20 estados e se somou a outros 60 países. Além de Brasília e São Paulo, ocorreram atos em outras capitais, como Salvador/BA, Porto Alegre/RS, Florianópolis/SC, Curitiba/PR, Rio de Janeiro/RJ, Belo Horizonte/MG, Belém/PA, Fortaleza/CE, Recife/PE.

Os professores das redes municipal e estadual de São Paulo realizaram manifestações simultâneas na Avenida Paulista contra a reforma da Previdência proposta pelo presidente Michel Temer e pela garantia de direitos às mulheres. As categorias realizaram assembleias na Praça Oswaldo Cruz – municipais – e no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) – estaduais – e caminharam até o centro da cidade, onde encontraram a manifestação da Marcha Mundial das Mulheres, na Praça da Sé.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nas redes sociais um vídeo em que celebrou o 8 de Março, falou da importância dos movimentos das mulheres e relembrou sua companheira Marisa Letícia. Ele também criticou a proposta de reforma da Previdência.

“Hoje, no Brasil e no mundo, as mulheres estão mobilizadas para lutar contra a violência masculina, a precarização do trabalho e a desigualdade salarial. Para as companheiras, todo o meu apoio e admiração”, disse Lula, que, em seguida, manifestou preocupação com o desrespeito com que parte dos homens trata as mulheres. “Somos educados em uma sociedade machista, que desrespeita e subestima as mulheres. Não é justo que uma mulher ganhe menos que um homem exercendo a mesma função.  Mais injusto ainda é que o governo queira acabar com direitos conquistados com muito esforço, como é o caso da aposentadoria”, afirmou o ex-presidente.

Em vídeo postado nas suas redes sociais, a presidenta eleita Dilma Rousseff celebrou o Dia Internacional da Mulher e conclamou as mulheres do Brasil a resistir ao golpe e à tentativa de desmonte das políticas criadas nos governos do PT. “No Brasil, estamos na resistência contra o desmonte das políticas criadas nos nossos governos com ampla participação das mulheres”, disse Dilma, que completou: “Nós vamos lutar contra o retrocesso, vamos resistir ao golpe e lutar pela democracia que nós construímos. Para nós, mulheres, a democracia é o lado certo da história”.

Na contramão do significado desta data, o golpista Michel Temer agraciou as mulheres brasileiras com sua visão machista, conservadora e utilitária, durante solenidade no Palácio do Planalto. Ao lado de sua esposa, Marcela Temer, o presidente demonstrou em seu discurso o que realmente pensa do papel das mulheres no mundo e na sociedade. Soltou pérolas. Confira algumas delas:

– “Na economia, também a mulher tem grande participação. Ninguém é mais capaz de indicar os desajustes de preço no supermercado do que a mulher. Ninguém é capaz de melhor detectar as flutuações econômicas do que a mulher, pelo orçamento doméstico”.

– “Tenho convicção do quanto a mulher, pela minha criação, pela Marcela, faz pela casa, pelo lar, pelos filhos. Se a sociedade vai bem, se os filhos crescem, é porque tiveram adequada formação em suas casas e, seguramente, quem faz isso não é o homem, é a mulher”.

A fala desastrosa do usurpador foi bastante criticada por internautas, políticos e personalidades.

 

Confira outros destaques:

1. Com Temer, investimento em políticas para mulheres é o mais baixo em dez anos

O lugar da subalternidade é o espaço dedicado às mulheres no governo Temer. Ao iniciar a gestão não nomeou nenhuma mulher para o primeiro escalão, fato que não ocorria desde a ditadura; só depois de muitas críticas, colocou Grace Mendonça à frente da AGU e, mais recentemente, com a recriação do Ministério dos Direitos Humanos, nomeou Luislinda Valois. E com Fátima Pelaes na Secretaria das Mulheres, esta ganhou um viés policial e significou muitos retrocessos na área. Além disso, fortaleceu o primeiro damismo, ao contrário do que rege a Política Nacional de Assistência Social, bem como fez despencar os recursos nas políticas públicas para as mulheres. Leia mais aqui.

2. Defesa de Lula chama cinco líderes internacionais para explicar à Justiça absurdo de acusação da Zelotes

Três ex-presidentes e dois atuais mandatários das repúblicas de Brasil, França e Suécia servirão de testemunha de Defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em processo movido contra ele no âmbito da Operação Zelotes, na Justiça Federal de Brasília. São eles: Fernando Henrique Cardoso, Dilma Rousseff, Stefan Löfven (Suécia), François Hollande e Nicolas Sarkozy (França). Leia mais aqui.

3. Novas regras para aposentadoria especial são temerárias diante do alto índice de doenças ocupacionais

Expositores que participaram ontem (8) da audiência pública da Comissão Especial da reforma da Previdência (PEC 287/16) criticaram a imposição de regras que acabam ou dificultam a aposentadoria especial de algumas categorias profissionais. O debate abordou a aposentadoria especial de profissionais que exercem atividade prejudiciais à saúde. Para o médico do Trabalho do Departamento Intersindical Estudos e Estatísticas Socioeconômicos (DIEESE), Dr. Zuher Handar, a realidade do mercado de trabalho brasileiro torna temerária a intenção do governo ilegítimo de Temer. Leia mais aqui.

4. Presidente do TST barra ‘lista suja’. Decisão lamentável, diz MPT

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho, suspendeu decisão regional que mandava republicar a chamada “lista suja” do trabalho escravo. Ele atendeu a um pedido do governo, após o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT10) negar recurso, na última segunda-feira (6). A decisão do presidente do TST foi lamentável, segundo o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury. “Ele jogou por terra um dos mais importantes instrumentos de combate ao trabalho escravo no Brasil”, afirmou. O Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que vai recorrer. Leia mais aqui.

5. Filhos de Yunes, melhor amigo de Temer, pagaram operador de propinas

A quebra de sigilo das empresas de Adir Assad, conhecido operador de propinas condenado na Lava Jato, complicou a vida de José Yunes, melhor amigo e ex-assessor de Michel Temer. Os dados revelam que empresas dos filhos do advogado pagaram ao menos R$ 1,2 milhão para firmas de fachada. As empresas de Marcos e Marcelo Mariz de Oliveira Yunes, todas ligadas a Yuny Incorporadora, aparecem em 113 transações com a SM Terraplanagem e em 28 operações com a Legend Engenheiros. Leia mais aqui.

6. Transposição do São Francisco: Lula e Dilma fazem o sertão virar mar

Em sua última passagem pelas obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco como presidente, em dezembro de 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou: “O sertão nunca mais voltará a ser motivo de estudos sociais para medir a fome e a miséria. O sertão vai fazer parte do Brasil desenvolvido”. No dia 9 de março deste ano, o compromisso de Lula com o povo do sertão completou mais uma etapa, com a cerimônia de chegada das águas na cidade de Monteiro (PB), ponto final do eixo leste do projeto, com 217 quilômetros. Uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nos governos petistas e maior empreendimento hídrico brasileiro, a integração do São Francisco irá assegurar a oferta de água a 12 milhões de habitantes de 390 municípios do Semiárido Nordestino. Leia mais aqui.

7. “É mais fácil matar Dirceu que reconhecer sua inocência”, diz advogado após sentença de Moro

O ex-ministro José Dirceu foi condenado pela segunda vez pelo juiz Sergio Moro, na operação Lava Jato, agora por corrupção e lavagem de dinheiro em esquema da Petrobras envolvendo R$ 2,1 milhões. A sentença foi de 11 anos e três meses. No ano passado, Dirceu recebeu outros 20 anos e 10 meses de prisão. Roberto Podval, advogado de Dirceu, reagiu com “perplexidade” à condenação. “Estão matando o Zé Dirceu”, disse. “É mais fácil matá-lo que admitir sua inocência”. Podval ainda afirmou que espera “com a teimosia dos burros que nossos juízes voltem a julgar se guiando pela constituição e não pela opinião pública”. Leia mais aqui.

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