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Em Pauta Conjuntura: Golpes na América Latina e greve dos caminhoneiros

12 de março de 2015

Companheiros e companheiras,

 A Secretaria Nacional de Organização e a Escola Nacional de Formação estão convocando um amplo processo de debate pré-congressual a respeito dos temas da conjuntura atual, para preparar a nossa militância para as Etapas Municipais e Estaduais do 5º Congresso e para a ação política de todos os Diretórios Municipais, Estaduais e de todos os setoriais do PT.

Neste momento, em que diferentes setores da direita brasileira, por meio de métodos autoritários e golpistas, afrontam a democracia e o Estado de Direito, desqualificam a atividade política para continuar beneficiando uma elite social que favorece os interesses dos grandes rentistas, atacam frontalmente o governo da presidenta Dilma, que venceu as eleições livres com 52% dos votos, é muito importante que a discussão sobre a conjuntura nos diretórios, núcleos e mandatos do partido seja retomada e ampliada com o vigor necessário. Nosso objetivo é fortalecer a capacidade de leitura, interpretação, elaboração de nossos/as militantes, filiados e filiadas, contribuindo para uma forte ofensiva política voltada ao diálogo com a sociedade e à ação política do PT em cada lugar. 

Para isso, a Escola Nacional de Formação do PT está produzindo o “Em Pauta Conjuntura”, que apresenta roteiros para leitura de artigos divulgados no portal do PT Nacional, no Portal da Fundação Perseu Abramo, no site da liderança da bancada do PT na Câmara Federal, no site do PT no Senado, no portal do Instituto Lula e em portais e blogs de esquerda e progressistas, sempre que os artigos contribuírem para a compreensão de temas importantes para o País em coerência com a política do PT. O boletim será diário e distribuído pela Secretaria Nacional de Organização.

Com estas ações, podemos criar um ambiente ideal para ampliarmos a nossa mobilização em cada cidade do Brasil. Esta é uma vantagem que nenhum outro partido possui. Precisamos trazer os nossos mais de 1,7 milhão de filiados e filiadas para a disputa política.

Clique aqui e confira as orientações e o roteiro para a realização dos debates!

1. Golpes na América Latina

A Carta Maior acaba de produzir um importante especial sobre Golpes na América Latina com diversos artigos sobre a evolução do golpismo latino-americano.

A Escola Nacional de Formação do PT preparou um roteiro do Em Pauta Conjuntura para estimular a leitura dos conteúdos deste especial, visando contribuir para a compreensão e para a discussão da lógica e da forma dos golpes que atacaram a democracia em diferentes períodos históricos.

Trata-se de uma questão absolutamente atual que deve ser discutida nos diretórios e entre os petistas para que possamos dialogar nas ruas, nos locais de trabalho, nas escolas e universidades, com os diferentes setores sociais, sobre a importância e a necessidade de fortalecimento da democracia.

Os golpistas estão demonstrando que não têm um projeto de desenvolvimento para o País exceto as privatizações, o desmonte do Estado, o ataque a direitos sociais de acordo com os interesses dos rentistas e do grande capital. Para defender seus interesses de poder e dominação econômica e política, pretendem golpear o resultado das eleições e a democracia.

Não é possível defender o Brasil, a soberania e a justiça social para milhões de brasileiros e brasileiras sem fortalecer e consolidar a democracia.

É hora de realizarmos o debate em todos os lugares com, tranquilidade,  coragem, paciência, confiança e firmeza política.

Para que você possa acessar os artigos do Especial indicados, é preciso cadastrar-se no site da Carta Maior. O cadastro é simples, gratuito e pode ser feito por aqui.

Na introdução do Especial, aponta-se alguns dos ingredientes que estão compondo uma tentativa de desferir o golpe contra o País e a democracia, que merecem atenção: varredura do juiz Moro na Petrobras; a estratégia de coação da delação premiada; a produção de notícias enviesadas na mídia, o envolvimento dos Estados Unidos; e o sentenciamento prévio de lideranças petistas e do partido como um todo.

Além disso, analisa as condições políticas nas quais se deram os golpes que trouxeram retrocesso econômico, repressão, tortura e censura para países latino-americanos. Golpes estrategicamente pensados e profissionalmente articulados dentro de instituições e com recursos destinados para este fim.

Nesse sentido, destaca-se, também, o envolvimento norte-americano nos golpes que se processaram na América Latina, mencionando a Escola das Américas, criada em 1946, como um dos braços da sedimentação antiprogressista.

É importante ressaltar, portanto, que esse retrospecto histórico dos golpes latino-americanos deve nos ajudar a compreender as intenções golpistas que se processam no Brasil de hoje e contra as quais devemos nos manifestar em defesa da democracia e das atuais e futuras gerações de brasileiros e brasileiras.

No artigo “1964: Por que o golpe no Brasil?”, de Emir Sader, é importante observar que o Brasil foi o primeiro país da América Latina a ser palco de um golpe civil-militar, por ter, na época, um governo de esquerda.

O envolvimento ativo dos norte-americanos no golpe de 1964 também é outro ponto que merece atenção no artigo, pois alerta para a ação dos Estados Unidos no Brasil, em diversos setores e áreas, em todo o período pós-Segunda Guerra, por acreditarem que o potencial de crescimento do País, com o ciclo de expansão industrial em curso à época, a fundação da Petrobras, além dos enormes recursos naturais de que o país dispunha e a conjuntura política nacional, representavam um perigo para a dominação norte-americana no continente.

O processo de organização do golpe no Brasil é outro ponto que merece ser observado no artigo. Emir Sader destaca que a fundação da Escola Superior de Guerra representou o primeiro passo para o enraizamento institucional da Doutrina de Segurança Nacional, que fundamentou o golpe de 1964.

Também convém observar que o retorno de Getúlio ao governo em 1950, com um programa ideológico mais marcante, seguido da manutenção da aliança entre movimento sindical e PCB, das mobilizações populares que garantiram a posse de Jango após a renúncia de Jânio Quadros foram outros fatores que preocuparam os norte-americanos e tiveram peso na sua infiltração no Brasil, bem como tornaram-se razões para que eles justificassem o seu apoio ao golpe de 1964.

A mostra de que esses fatores influenciaram a atuação dos norte-americanos no Brasil é o fato do projeto golpista centrado na Escola Superior de Guerra ter tentado derrubar Getúlio, impedir a posse de JK e ter se colocado contra a posse de Jango.

Como se pode observar, portanto, havia uma ação continuada dos norte-americanos e seus aliados locais para tomar o poder no Brasil, independente de ser verdadeira ou não a ameaça que o governo Jango representava para os interesses dos Estados Unidos. Isso quer dizer que o discurso anticomunista e anti-Jango foram construídos para embasar e dar legitimidade social e política ao golpe, ainda que não fosse verdadeiro que o governo Jango representava uma ameaça efetivamente.

Outra questão que merece atenção são os apoios nacionais que os Estados Unidos tiveram na sua campanha de desestabilização do Brasil e na articulação do golpe: grande empresariado nacional, empresas transnacionais, grande mídia e parte da classe média e da Igreja.

Observe que essas práticas do passado se repetem na atualidade. Basta olhar a campanha de desestabilização que se processa hoje no País, alimentada pela mídia e pelos mesmos atores que apoiaram o golpe de 1964, bem como o retorno do discurso de que o PT está tentando instaurar o comunismo no Brasil, para justificar as articulações golpistas que se processam atualmente.

Daí a importância em se aprofundar no conhecimento dos golpes latino-americanos para compreender as tentativas de tomada de poder que se processam hoje no Brasil e construir um instrumental teórico para fundamentar a luta contra esse movimento e em defesa da democracia. Do mesmo modo, é fundamental o envolvimento e o engajamento em defesa da Petrobras, do governo e da democracia.

Leia também:

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2. Greve dos caminhoneiros ou locaute?

Indicamos a leitura da notícia “Isso aqui é uma prisão; estamos todos presos, 99% querem ir embora”, divulgada pelo Pragmatismo Político em 03/03/2015, na qual caminhoneiros denunciam, em vídeo, o terror e a coação que estão sofrendo para permanecerem nas estradas e darem continuidade aos protestos. Segundo os caminhoneiros, a imprensa também está impedida de falar com os trabalhadores, e as entrevistas só podem ser feitas com as lideranças deste movimento de coação.

De acordo com os caminhoneiros, aqueles que tentaram furar os bloqueios tiveram seus caminhões apedrejados e foram forçados a retornar aos acampamentos.

A maioria quer encerrar a greve, pois, no dia 02 de março, a presidenta Dilma Rousseff sancionou sem vetos a Lei dos Caminhoneiros, que garante à categoria benefícios, como a anulação de multas por excesso de carga nas rodovias e concede acesso a programas de financiamento. Mas, como se pode perceber, no entanto, há infiltrados tentando segurar o protesto nas rodovias para desestabilizar o governo federal.

Clique aqui e confira outros conteúdos do Em Pauta Conjuntura!

 

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