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Em Pauta Conjuntura: As manifestações “Fora Temer” e a violência da PM

23 de maio de 2017

 

O domingo (4) ficou marcado por grandes protestos contra o governo usurpador de Michel Temer. Manifestantes foram às ruas de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Salvador (BA), Curitiba (PR) e outras cidades para exigir a manutenção de direitos sociais e trabalhistas, a volta plena da democracia, a saída do presidente golpista e eleições diretas já.

A maior manifestação ocorreu em São Paulo. Organizada pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, mais de 100 mil pessoas tomaram a avenida Paulista a partir das 16h30 com muitos cartazes contra o golpe parlamentar que teve o apoio da grande mídia.

No começo da noite, o ato seguiu para o Largo da Batata, no bairro de Pinheiros. No percurso, a extensa avenida Rebouças ficou completamente tomada, em uma cena impressionante.

Quando as pessoas começaram a ir embora, dirigindo-se ao metrô Faria Lima, em frente à Batata, a Polícia Militar jogou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o fluxo dentro e fora da estação. Muitas pessoas começaram a passar mal e a tossir em reação ao gás, incluindo idosos e crianças. Uma ação que pegou de surpresa a todos ali presentes sem que nada tivesse ocorrido.

O senador Lindbergh Farias (PT) anunciou que a Polícia Militar de São Paulo será denunciada na Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) pela repressão e violência cometida contra manifestantes que participaram do ato contra o governo de Michel Temer no domingo. “Nós não podemos deixar o que aconteceu passar em branco. Nos preocupam os próximos passos. Manifestação não pode mais? Se deixar passar isto, virão mais coisas depois. Não é normal o que está acontecendo”, disse o senador.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad afirmou que está coletando evidências para pedir uma apuração do caso. “O Ministério Público tem que abrir um inquérito para verificar o que aconteceu. Estamos em contato a partir de informações que vão chegando”, disse.

A Associação Juízes Para a Democracia também divulgou uma nota em defesa do direito à livre manifestação, criticando o uso de força desproporcional e indevida e cobrando do Ministério Público ação de fiscalização da atividade policial.

As agências BBC, Reuters e o jornal El País denunciaram a violência contra os manifestantes. “Brasil: Polícia usa gás lacrimogêneo em protesto pró-Dilma”, noticiou a “BBC Mundo”. Para a “Reuters”, a notícia foi: “Polícia usa gás lacrimogêneo no domingo para dispersar centenas de manifestantes no fim de um protesto pacífico”. “El País” afirmou que seis de seus repórteres que acompanhavam o ato observaram que a manifestação estava pacífica até a PM atacar.

O mecânico Antonio Carlos Cardia Roque, pai da estudante Janaina Marton Roque, uma das jovens presas pela polícia antes mesmo da manifestação de domingo, mostrou-se indignado com a atitude da polícia. Para Antonio, “a democracia desse país acabou de vez”, já que as pessoas sequer mais têm o direito de se manifestar pacificamente.

A luta em defesa da democracia e contra o governo usurpador de Michel Temer continua. As próximas manifestações estão marcadas para os dias 7 e 8 de setembro.

No Dia da Independência do Brasil, 7 de setembro, será realizado o 19ª Grito dos Excluídos que, como indica a própria expressão, constitui-se em uma mobilização com três sentidos: “denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social; tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome; propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos”.

Em São Paulo, o ato está marcado para às 9h, na Praça da Sé; em Brasília, será na Catedral da cidade, às 8h30; e no Rio de Janeiro, será na rua Uruguaiana com a Av. Presidente Vargas. Já no período da tarde, São Paulo terá outro ato contra o golpista Michel Temer. Organizado pela Periferia Revolucionária, a manifestação está marcada para às 14h, na Praça da Sé.

No dia 8 de setembro, os protestos continuam. A Frente Povo Sem Medo convoca a população para uma mobilização no Largo da Batata, às 17h. Outras cidades, como Salvador, Natal, Belo Horizonte e Recife também serão palco mobilizações agendadas em defesa da democracia.

 

Confira outros destaques:

1. Jovens presos pela PM estão livres. Juiz diz que “vivemos dias tristes para a democracia”

O grupo de manifestantes detidos no domingo, no Centro Cultural São Paulo, antes mesmo da realização da manifestação em São Paulo, foi liberado ontem, depois de passar por uma audiência de custódia no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Na decisão, o Juiz disse, em sua decisão: “Vivemos dias tristes para nossa democracia. Triste do país que seus cidadãos precisam aguentar tudo de boca fechada”. O grupo ficou detido no Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) por mais de 24 horas, sob a acusação de “associação criminosa e corrupção de menores”. Leia mais aqui.

2. Lista de presença da reunião do G20 omite nome e cargo de Temer

O presidente não-eleito Michel Temer foi o único líder que não teve o nome citado na lista de presença do encontro do G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo todos os anos. Em vez de apresentar o nome de Michel Temer, a lista elencou “líder brasileiro”, mesmo três dias após o impeachment de Dilma Rousseff. Leia mais aqui.

3. De uma Diretas Já a outra, o sentido da luta, por Emir Sader

O lema Diretas Já volta à atualidade brasileira, para expressar a vontade do povo de se reapropriar do direito de decidir os destinos do país. Foi o lema fundamental da fase final da luta contra a ditadura e, naquele momento, significava a rejeição da eleição do primeiro presidente civil depois da ditadura, ou seja, a não aceitação de que fosse feita por um Colégio Eleitoral recheado de membros biônicos nomeados pelo regime. Leia mais aqui.

4. Retrocesso: a preocupante intervenção na Comissão de Anistia

Na sexta-feira passada, dois dias depois do afastamento definitivo da ex-presidente Dilma Rousseff, o governo de Michel Temer promoveu a troca da maioria dos membros da Comissão Nacional de Anistia, nomeando 19 novos integrantes, um deles acusado de ter sido colaborador da ditadura. As mudanças quebraram uma tradição que vinha do governo FHC, de compor a comissão com pessoas comprometidas com a luta contra a ditadura, a defesa dos ex-presos e perseguidos políticos e a reparação moral e econômica dos anistiados ou de suas famílias, no caso dos mortos e desaparecidos. Leia mais aqui.

5. Medidas anunciadas são todas de perdas para os trabalhadores, dizem especialistas

Para superar a crise econômica, o governo Michel Temer tem defendido medidas de ajuste radical, como a PEC 241, que limita os gastos públicos por 20 anos, e a flexibilização das leis trabalhistas, com a ampliação da terceirização para todas as atividades, proposta já aprovada na Câmara e agora em análise no Senado. Especialistas contestam: “As medidas anunciadas são todas de perdas para os trabalhadores”, afirma Patrícia Palatieri, coordenadora de pesquisas do Dieese. Leia mais aqui.

6. Dilma se muda nesta terça para Porto Alegre

A presidente afastada Dilma Rousseff embarca, nesta terça-feira, com sua mudança do Palácio da Alvorada, em Brasília, residência oficial do governo federal, para a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, onde mora sua família. Ela deixa a capital do País às 14h e será recebida na capital gaúcha com um grande ato político organizado pelo ex-ministro Miguel Rossetto. Um ato de despedida deve ocorrer no momento da saída de Dilma para a Base Aérea. Leia mais aqui.

7. O que nos espera: a fúria de um capitalismo sem intermediários

Consumado o golpe, com a aprovação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff pelo Senado (31.08.2016), o Brasil se vê diante da fúria de um capitalismo faminto e sem intermediários. O mercado comemora a ascensão bruta ao poder sem peia, nem pejo. Agora sim, são os ‘seus’. Com a mão nada leve no leme estão Serra, Meirelles, Ilan, Jucá e assemelhados. Um dream team. As exigências do lucro privado, as das corporações internacionais, dos rentistas e da república dos acionistas passam a ditar a política econômica do Estado brasileiro. Com as implicações sabidas. O conjunto ambiciona reduzir ao mínimo o espaço de interferência dos demais interesses e protagonistas na engrenagem que comanda a esfera pública. Inclua-se nesse descarte, sobretudo, a ampla maioria representada pelas famílias assalariadas e pelo cada vez mais amplo ‘precariado’, constituído, predominantemente, pela juventude sem emprego formal, sem renda regular, sem direitos, sem representação sindical – mas dependurada na sociedade através da versatilidade ubíqua do celular. Leia mais aqui.

8. PT repudia Joice Hasselmann após ataques à senadora Regina Sousa

A Secretaria Nacional de Mulheres do PT emitiu nota de desagravo em defesa da senadora Regina Sousa (PT-PI). A parlamentar foi vítima de uma série de ataques proferidos pela “jornalista” Joice Hasselmann, ex-TV Veja. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Joice chama Regina de “semianalfabeta”, “anta” e outros adjetivos pejorativos. Os xingamentos se deram durante o discurso da senadora piauiense na sessão que decretou a perda do mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Leia mais aqui.

9. Impeachment de Dilma e cassação de Cunha: a desinformação como regra

A assessora da Liderança do PT no Senado, Tânia Oliveira, desconstrói a falaciosa versão, disseminada na imprensa e nas redes sociais, de que a divisão do julgamento de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, no dia 31 de agosto, seria um movimento do PT para salvar o mandato do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Leia mais aqui.

 

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