O processo de discussão e articulação das candidaturas para os diferentes cargos eletivos proporcionais ou majoritários é uma especulação permanente. Identificam-se naturalmente duas fases no processo de disputa eleitoral:
A identificação de outras fases, ou o desmembramento dessas duas, faz-se necessário para um aprofundamento e entendimento dos processos eleitorais, contribuindo para uma melhor discussão sobre a estrutura e organização de uma campanha eleitoral.
A Pré-Campanha é o período para buscar e analisar informações e dados, realizar avaliações e iniciar o planejamento. Quanto mais cedo do período eleitoral isso acontecer, melhor será a organização de uma campanha.
A pré-campanha é o momento de conhecer melhor o funcionamento da Câmara de Vereadores do seu município, do perfil das bancadas, das realizações da bancada do PT e dos resultados eleitorais obtidos pelo nosso partido nas últimas eleições municipais. Conhecer as Leis e os Projetos de Lei que tratam dos temas de interesse do(a) candidato(a). Da mesma forma, conhecer o funcionamento da prefeitura e suas secretarias, identificar as promessas e as realizações e avaliar a gestão do(a) atual prefeito(a).
Se o planejamento for de um(a) candidato(a) que já exerce um mandato de vereador(a) ou prefeito(a), é o momento de fazer uma avaliação realista dos pontos fortes e fracos e dos resultados do mandato.
Para subsidiar a elaboração da proposta de mandato parlamentar ou do programa de governo que será apresentado e debatido durante a campanha, é fundamental realizar um diagnóstico da situação do município.
A pré-campanha também é o momento de acompanhar as resoluções e orientações do diretório municipal do PT sobre a campanha e legislação eleitoral.
Um dos momentos fundamentais dessa fase de pré-campanha é a realização, assim que possível, da oficina de planejamento. Nesse primeiro momento, de um lado são lançadas as bases para um trabalho político-eleitoral organizado e eficaz; de outro, pode ser construída uma definição clara sobre a própria candidatura, seus objetivos, limites e possibilidades. Com base nessas definições, pode-se iniciar a construção de alianças de forma mais coerente e organizada. Esse seminário deve contar com a participação dos principais envolvidos com a campanha, definindo coletivamente prazos e responsáveis para as ações a serem desenvolvidas.
Nessa fase deve ser iniciado o delineamento de um Programa de Governo ou da Proposta de Mandato Parlamentar e a criação de mecanismos de organização e elaboração de plataformas de comunicação dirigidas e dinâmicas. O envolvimento de todos(as) nos debates (assessores(as), coordenadores(as) de área, lideranças de segmentos, comunitárias, políticas, militância, simpatizantes e colaboradores), se revela como procedimento chave.
Ações imediatas
- Agendar até o começo de março do ano eleitoral uma oficina de planejamento com um grupo de pessoas que irá contribuir para elaborar a estratégia da campanha. Uma primeira de dois dias, uma segunda 2 semanas após, também de dois dias.
- Realizar atividades para informar a militância do PT quem será o candidato/a (em local que não haverá prévia)
- Analisar a legislação eleitoral e fazer um roteiro de procedimentos.
Deve ser dedicada à estruturação e à operacionalização das diferentes frentes de intervenção. Para tanto, faz-se necessária a formação e consolidação do grupo gestor, que cumprirá a tarefa de exercer uma coordenação política e operacional da campanha. Esse grupo gestor atuará articulando as diferentes funções inerentes a uma campanha eleitoral, como a revisão e atualização do planejamento estratégico, a consolidação do programa de governo, a comunicação, a infra-estrutura, o jurídico, as articulações junto aos diferentes segmentos e setores sociais e também um aspecto fundamental, que são os contatos de sondagem e compromissos para as futuras doações de recursos financeiros e outros para o custeio da empreitada eleitoral, de acordo com a legislação eleitoral.
Nesta fase, a comunicação e marketing da campanha deverão definir o conjunto de peças publicitárias (outdoor, panfletos, jornais, logomarca, sites, perfis no Twitter, Instagram etc.) a serem utilizadas na fase de lançamento. Devemos também aprofundar o conhecimento sobre os adversários e as expectativas do eleitorado.
É a fase voltada para as pesquisas, para a análise das tendências e de como o eleitorado está percebendo as movimentações na arena eleitoral. Possibilitará um aprofundamento da compreensão que o(a) candidato(a) e sua coordenação têm de seu projeto político e do posicionamento dos outros pré-candidatos (as), diante das avaliações do eleitorado.
Esse acúmulo deve contribuir para as correções de análises e principalmente para proporcionar à candidatura uma boa entrada na fase 3, que é dedicada ao lançamento oficial do(a) candidato(a) para o(a) eleitor(a).
Esse é um período curto de atividade muito intensa dedicada à exposição máxima da candidatura junto ao público em geral.
Nesse momento, deve-se envolver o conjunto da militância, os (as) simpatizantes e demais colaboradores(as) no conjunto de atividades setoriais e regionais que serão realizadas, para atender as necessidades de cobertura e difusão do projeto político defendido nos segmentos sociais e territórios prioritários para a alavancagem da candidatura. As principais idéias-força e propostas apresentadas deverão evidenciar uma identidade política para a candidatura, diferenciando-a das demais concorrentes. A demarcação do espaço político é vital para que a campanha vá ganhando densidade político eleitoral.
Esse processo deve ser precedido por todo um trabalho de articulação de agenda e de envolvimento das lideranças que apoiam o (a) candidato(a), procurando uma repercussão positiva na mídia. O apoio de personalidades identificadas com o projeto político é importante para a credibilidade e difusão das propostas nessa fase inicial da campanha.
A principal meta a ser alcançada nessa fase é a difusão da candidatura com a ocupação dos espaços políticos estratégicos para a campanha.
Nesse momento todo o trabalho coletivo de construção da candidatura, de planejamento e organização da campanha deve estar azeitado para o duro enfrentamento e combate a ser travado. O objetivo é conseguir uma evolução de visibilidade, conhecimento do(a) candidato(a) e suas propostas, mostrar força suficiente para a criação da chamada expectativa de vitória.
A agenda passa a ter um papel ainda mais crucial, pois demonstrará toda a sinergia ou a boa articulação da candidatura. As ações em campo, que são as diferentes atividades de rua, comícios, visitas a personalidades e segmentos sociais, devem estar bem sintonizadas e articuladas para possibilitar a ascensão e consolidação do(a) candidato(a).
Os principais recursos de propaganda eleitoral como o rádio, a televisão e as redes sociais estarão à disposição em meados dessa fase. Isso significa que o suporte e interação desses meios de comunicação com as outras ações de propaganda (outdoors e outros materiais de mídia) devem estabelecer uma unidade positiva, estimulando constantemente os apoiadores para a vitória.
As ações de rua vão ganhando um volume crescente gradativo, visando atingir o seu ápice na reta final, refletindo a ascensão nas pesquisas de opinião e o crescimento junto ao eleitorado.
São os últimos quinze dias que precedem ao pleito. O clima nesse período já é de grande envolvimento e atenção do(a) eleitor(a).
Nesse momento as movimentações de rua, como caminhadas, carreatas, comícios, panfletagens e os debates na televisão e no rádio atingem o seu auge.
As reuniões de organização dos trabalhos no dia da eleição, infraestrutura de apoio e todas as providências relativas à
legislação e à fiscalização devem ser realizadas pela coordenação visando garantir boas condições para o acompanhamento do pleito pelos apoiadores.
A estratégia de campanha deve ser focalizada nos votos dos indecisos. Para isso, deve-se providenciar programas de rádio e televisão direcionados para este segmento do eleitorado, apresentando as últimas adesões de personalidades, artistas , lideranças e da (o) cidadã (ão) comum. Tudo isso combinado com outras peças publicitárias para serem utilizadas nessa reta final: são os últimos panfletos, adesivos sugestivos e atraentes que contribuem para a manutenção do clima de alto astral da campanha. O (a) candidato (a) deve fazer as últimas visitas aos principais bairros demonstrando agilidade e movimentação. Isto contribui para dar uma grande visibilidade para a candidatura.
Apesar de considerarmos como uma outra fase do processo eleitoral, esse momento pode ser considerado como uma outra eleição. O seu tempo útil é curto, aproximadamente quatro semanas, para todo o conjunto de atividades que devem ser realizadas. A coordenação da campanha deve discutir com as candidaturas que não passaram para o segundo turno, que podem compor o arco de alianças, e um engajamento ativo nessa nova fase.
Com a recomposição das alianças, é necessária a realização de um novo encontro de planejamento, com duração de seis a oito horas, para a discussão e reposicionamento estratégico. Uma rápida avaliação do processo anterior e uma análise do (a) adversário (a) no segundo turno são fundamentais para uma orientação eleitoral. A rearticulação dos militantes, apoiadores e simpatizantes é importante para o novo embate, porque a eleição ainda não está ganha, e o pior inimigo de uma candidatura é o clima de “já ganhou”. Portanto, todo aquele esforço da fase 5, a reta de chegada, tem que ser melhorado e reeditado no trabalho do segundo turno (ver o calendário-exemplo que registra ações de campanha respeitando-se as fases em que se pode subdividir uma campanha eleitoral).
Lembre-se: Cada fase da campanha tem uma duração limitada e, especialmente para o(a) candidato(a), muito curta. A cada dia que passa todo(a) candidato(a) ficará mais e mais dependente de uma boa orientação política que se revelará em sua agenda diária de trabalho. A melhor utilização do tempo do(a) candidato(a) é um requisito fundamental ao longo da campanha. Já desde a fase de pré-campanha, cada dia ou atividade mal programada ou realizada em momento inoportuno implicará em tempo e em potencial eleitoral desperdiçado que dificilmente poderá ser recuperado.