A última Plenária da Regional Centro do Estado do Rio Grande do Sul, realizada em 15 de novembro de 2025, na cidade de Santa Maria, apresentou uma inovação significativa. Além dos encaminhamentos habituais, que justificam a realização de uma plenária, o encontro abriu espaço qualificado para a formação política.

A abordagem partiu da necessidade de desmistificar o tema formação política, muitas vezes percebida como um processo burocrático, maçante ou custoso. Ao contrário, ressaltou-se que a formação deve ser compreendida como um caminho simples e cotidiano de escuta, interpretação de sentimentos coletivos e construção de ações concretas. Um processo que qualquer militante pode — e deve — exercer em seu território.
Destacou-se, ainda, o processo de nucleação em rede da formação política, apresentado como ferramenta essencial para ampliar a capilaridade da formação nos territórios. Essa metodologia, ao articular organização e cooperação, contribui para superar o individualismo e atuar como um organismo vivo de suporte à formação e ao trabalho de base.

Como desdobramento natural — e dialogando com o acúmulo construído nos certames formativos da ENFPT — foi definido um encaminhamento concreto para os próximos dias: reunir, ainda que virtualmente, os(as) secretários(as) municipais de formação dos municípios que compõem a Regional Centro. O objetivo é promover um processo inicial de escuta e reflexão, indicando novas ações e fortalecendo estratégias conjuntas.

A proposta está feita e aguarda acolhimento da coordenação regional. Se avançar, os(as) secretários(as) passam a integrar o primeiro núcleo de formação política da Regional Centro, deixando de atuar de forma isolada em seus respectivos municípios e assumindo uma dinâmica colaborativa e integrada — fundamento essencial para o avanço da formação política de base na região.

A formação política realizada durante a Plenária apresentou uma repercussão inicial discreta, porém relevante, motivando alguns participantes a buscar informações sobre como estruturar processos de formação de base em seus respectivos territórios e organizações.

Entre os retornos recebidos, destacou-se a manifestação de um companheiro que atua em um sindicato de servidores federais, preocupado com os impactos da Reforma Administrativa e com a aparente inércia dos sindicalizados diante do tema. Ele expressou interesse em utilizar a formação política como instrumento para organizar a luta, fortalecer a consciência coletiva e estimular o engajamento contra a reforma.

Como encaminhamento prático, nos colocamos à disposição para realizar uma oficina de escuta com um pequeno grupo de sindicalizados, com o objetivo de iniciar um processo formativo orientado à produção de engajamento e à qualificação da luta organizada.