O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores se reuniu em Brasília, nos dias 22 e 23 de março, e aprovou uma série de resoluções, que tratam da reforma da Previdência do governo Bolsonaro, da defesa da Amazônia e da soberania nacional, da paz na Venezuela e da convocação para o 7º Congresso Nacional do partido.
No documento sobre a reforma da Previdência, o PT traz orientação para que suas bancadas na Câmara e no Senado “não meçam esforços para derrotar os projetos do Governo representados na PEC 06/2019 e no PL 1645/2019 que amplia ainda mais as distorções entre os militares, resistindo aos retrocessos expressos na proposta e reafirmando nosso compromisso com uma Previdência Universal, pública, justa e solidária”. O PT ainda destacou que a PEC da previdência é inconstitucional, e o modelo de capitalização proposto representa a destruição do estado social, além de retirar direitos e promover perdas ao trabalhador brasileiro.
Após reunião do Diretório Nacional, o PT lançou uma Campanha Contra a reforma da Previdência proposta por Jair Bolsonaro, com o objetivo de alertar o povo sobre os riscos da PEC, que pode levar a uma “crise humanitária”, como apontou o ex-ministro da Previdência Social Carlos Eduardo Gabas.
Na Resolução em defesa da soberania nacional, o PT afirmou que lutará no Congresso, no Judiciário e nas ruas contra todos os acordos do governo Bolsonaro que prejudicam o país, entregam as nossas riquezas e comprometem a paz. O documento ressalta que “Bolsonaro não é dono do Brasil para entregá-lo aos Estados Unidos como se voltássemos aos tempos de colônia”.
Em relação à defesa da Amazônia e da soberania nacional, a Resolução do PT traz uma agenda de lutas, com o intuito de promover diálogos e conexões com entidades que atuam na região; denunciar os atos de violência aos povos da Amazônia e a urgência de uma solução política que valorize o Bem Viver Amazônico; e garantir o usufruto coletivo dos bens comuns e a justiça ecológica.
Sobre a Venezuela, a resolução destaca que, desde seu nascimento, o PT se posiciona pelos princípios da autodeterminação dos povos, da não intervenção e pela solução pacifica dos conflitos. Nesse sentido, o partido manifesta “total discordância em relação à participação do Brasil na ilegal intervenção na Venezuela, liderada pelos EUA ao reconhecer como governante legítimo o autoproclamado Juan Guaidó, e mal disfarçada de ‘ajuda humanitária’”. Por fim, o partido conclama todas as forças políticas, internas e externas, para se empenharem na busca de uma solução negociada, pacífica e democrática para a crise venezuelana.
Em relação ao 7º Congresso, à eleição das Direções Partidárias e ao plebiscito, o DN decidiu: 1) Convocar 7º Congresso Nacional do PT para os dias 22, 23 e 24 de novembro de 2019; 2) A eleição das direções municipais e dos delegados e delegadas às etapas estaduais e nacional do 7º Congresso será realizada em todo o país no dia 8 de setembro de 2019, em votação direta pelos filiados e filiadas; 3) A eleição do Diretório Nacional será feita, excepcionalmente, na etapa nacional do 7º Congresso pelos delegados e delegadas eleitos(as) nos municípios em 8 de setembro de 2019; 4) As etapas estaduais do 7º Congresso serão realizadas simultaneamente nos dias 19 e 20 de outubro de 2019; 5) As Direções Estaduais serão eleitas, excepcionalmente, nas etapas estaduais do 7º Congresso, pelos delegados e delegadas eleitos(as) nos municípios, em 8 de setembro de 2019; 6) Poderão votar na eleição das direções municipais e dos delegados e delegadas às etapas estaduais e nacional do 7º Congresso todos os filiados e filiadas até o dia 8 de junho de 2019; 7) O Plebiscito para decidir sobre o processo de eleição das direções partidárias será realizado em 2021 e entrará em vigor a partir da próxima eleição das direções após a sua realização; 8) Fica prorrogado o mandato das atuais direções municipais, estaduais e nacional até o dia 31 de dezembro de 2019, sem prejuízo da posse política em data anterior; 9) Fica delegada à Comissão Executiva Nacional a decisão sobre todas as demais questões referentes à eleição das direções e ao 7º Congresso do PT.
Confira outros destaques:
- No Chile, Bolsonaro demonstra desconhecimento e constrange o Brasil
Jair Bolsonaro (PSL) continua em agenda internacional, constrangendo brasileiros no mundo inteiro. Depois da visita ao presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, foi para o Chile onde, mais uma vez, demonstrou seu desconhecimento sobre economia e a história da América do Sul. Ele e sua equipe foram ao país vizinho discutir a criação de um novo bloco econômico e conhecer o sistema previdenciário no qual se inspira para a reforma proposta no Brasil. O sistema de Previdência que está em vigor no Chile foi criado pelo ditador Augusto Pinochet e está em processo de revisão para tentar reduzir a pobreza e vulnerabilidade dos idosos.
A visita oficial de Bolsonaro ao Chile provocou três dias de protestos. O principal motivo da indignação da população local são as declarações elogiosas de Bolsonaro e sua equipe sobre o ditador Augusto Pinochet, que comandou o país de 1973 a 1990 e foi responsável pelo assassinato de cerca de 40 mil opositores. Leia mais aqui.
- Previdência traz o povo progressista e de esquerda de volta às ruas
É possível derrubar a proposta de contrarreforma da Previdência feita pelo governo de Jair Bolsonaro. Essa sensação, a de que o jogo não está perdido, foi seguramente um dos efeitos provocados pelo ato que encerrou, na noite de sexta-feira (22/03), na Avenida Paulista, em São Paulo, o Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, convocado pelas centrais sindicais e pelos movimentos sociais. Quatorze dias depois das manifestações do 8 de Março, os atos realizados na sexta-feira, em mais de 120 cidades brasileiras, fizeram parecer que o período de ressaca pós-eleição está sendo superado. Talvez em velocidade menor do que a brusca queda de popularidade do governo nas pesquisas, mas o fato é que a insatisfação popular vai se organizando nas ruas. Leia mais aqui.
- Em nova medida arbitrária, PF limita acesso de advogados a Lula
Com o objetivo de isolar ainda mais o ex-presidente Lula, a Polícia Federal (PF) decidiu, na semana passada, limitar o acesso dos advogados ao petista. De seis horas diárias, os advogados de defesa passariam a ter direito a apenas uma hora por dia com o ex-presidente, dividida em dois turnos de 30 minutos ao longo do dia. Os advogados de defesa, no entanto, recorreram, e a PF atendeu parcialmente à solicitação. Estendeu o período para duas horas diárias, mas limitou o acesso a dois advogados por dia. Leia mais aqui.
- Incêndio destrói ocupação em São Paulo horas antes da reintegração de posse
Um incêndio atingiu a Comunidade do Cimento, zona leste de São Paulo (SP), na noite de sábado (23/03), véspera da reintegração de posse, marcada para 6h do domingo (24/03). A comunidade instalada às margens da Avenida Radial Leste, no entorno e abaixo do Viaduto Bresser, até a Avenida Pires do Rio, na Mooca, abrigava cerca de 215 famílias, de acordo com a Prefeitura de São Paulo. Vários moradores que não quiseram se identificar relatam que o incêndio começou após um tiro desferido pela GCM. Embora Corpo de Bombeiros e agentes da Prefeitura de São Paulo neguem que o incêndio tenha deixado vítimas, os moradores dizem o contrário e acusam a Prefeitura de São Paulo de “apoiar” a remoção forçada. Leia mais aqui.
- Nota do PT sobre a prisão de Michel Temer e Moreira Franco
“O Partido dos Trabalhadores espera que as prisões de Michel Temer e de Moreira Franco, entre outros, tenham sido decretadas com base em fatos consistentes, respeitando o processo legal, e não apenas por especulações e delações sem provas, como ocorreu no processo do ex-presidente Lula e em ações contra dirigentes do PT.
Temer assumiu a presidência em um golpe deplorável. Sua agenda no governo levou ao aumento da desigualdade e da miséria, no entanto, é somente dentro da lei que se poderá fazer a verdadeira Justiça e punir quem cometeu crimes contra a população. Caso contrário, estaremos diante de mais um dos espetáculos pirotécnicos que a Lava Jato pratica sistematicamente, com objetivos políticos e seletivos”. Leia aqui a nota na íntegra.
- Defesa aponta fato novo: acordo EUA-Petrobras inocenta Lula
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou petição ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que a corte analise o acordo entre a Petrobras e os Estados Unidos e revise a condenação de Lula no caso do Tríplex do Guarujá, depois da empresa ter se apresentado como ré e não como vítima, e da notícia presente em processo trabalhista da OAS de que a empresa pagou 6 milhões de reais para ajustar depoimento de delatores. O documento aponta as razões pelas quais o acordo entre a Lava Jato, a Petrobras e o governo americano, que destinou 2,5 bilhões de reais para uma fundação da Lava Jato, é incompatível com a sentença dada a Lula. Leia mais aqui.
- Senado rejeita pacote de Moro e até sua indicação para o STF
O inferno astral de Sergio Moro prossegue impávido nas fileiras do Congresso. Agora é o Senado Federal que lhe torce o nariz. Parlamentares da cúpula da Casa estão determinados a colocar pedras no caminho do projeto anticrime quando ele chegar para ser discutido – se chegar, já que Rodrigo Maia o tirou da agenda da Câmara. Senadores também indicam que se o nome de Moro vier a ser aventado para o STF, será rechaçado. Além do PT, PMDB, DEM e PSDB têm restrições ao nome do ex-juiz de Maringá. Leia mais aqui.
- Aviões da Força Aérea da Rússia aterrissam na Venezuela carregando tropas
Dois aviões da Força Aérea da Rússia aterrissaram no principal aeroporto da Venezuela, no sábado (23/03), carregando um oficial russo de Defesa e quase 100 soldados, de acordo com um jornalista local, em meio ao fortalecimento de laços entre Caracas e Moscou. Um site que acompanha voos mostrou que dois aviões deixaram um aeroporto militar na Rússia com direção a Caracas, na sexta-feira, e outra página que faz o mesmo serviço mostrou que um avião deixou Caracas no domingo. A reportagem surge três meses depois de as duas nações realizarem exercícios militares em solo venezuelano, que o presidente Nicolás Maduro chamou de um sinal de fortalecimento das relações, mas que Washington criticou como uma invasão da Rússia na região. Leia mais aqui.
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